quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Café quente e língua afiada

Café da tarde: tapioca, minha tia Adáuria, D. Fátima, a Hannah pedindo comida e a matriarca da família com 92 anos na mesa. O café e a tapioca igualmente quentes, nós falando um pouco da vida alheia e a vovó fazendo graça. Parece propaganda de margarina.

É nesse momento que a D. Fátima começa a falar em dinheiro. Diz que pede todos os dias à Deus para abençoar as mãos dela para que não falte trabalho, e se indigna ao lembrar que a maioria dos brasileiros ganham um ou dois salários mínimos e vive, e gente que ganha "milhares" de salários mínimos ainda rouba dinheiro.

Então é que a vovó diz "Não pense, se é pra ficar com raiva!"
"Ah, D. Maria, eu penso. A gente trabalha o mês todinho e vem um safado e foge com dinheiro na cueca!"
"Por isso que eu não penso. Não posso dar jeito!" - é por isso que ela ta aí, cheia de problemas de saúde, mas bem viva. Quem não tem preocupação não faz mal ao coração, não é D. Maria?

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