domingo, março 28, 2010

UB


Confesso que a primeira vez que ouvi falar em "Ugly Betty" dei muita risada. Eu não conseguia ver os americanos assistindo um novelão mexicano, afinal, nem eu consegui assistir "Bete, a Feia" em terras tupiniquins.
A primeira temporada passou desapercebida. Eu ainda achava que a Salma Hayek estava louca em produzir o seriado. Então chegou a segunda temporada e comecei a assistir com curiosidade, como até hoje assisto "Two and a half men", quando estou me arrumando pra sair, de bobeira ou no ócio. Confesso que com os torrents perdi a loucura de acompanhar séries como nos tempos áureos de "Friends" e "Buffy". E foi aí que fui fisgado.
Não conseguia mais viver sem acompanhar a vida de Betty Suarez. A doce menina ingênua, cafona, feia, deslocada em seu mundo que ao longo dessas quatro temporadas se transformou em uma profissional apurada, com olhar crítico, respeitada, mas ainda ingênua e doce. A graça de Amanda, a obsessão de Marc St James com Wilhemina (minha preferida, admito), a forma doce que retratam a homossexualidade na adolescência de Justin, a solidão do patriarca Ignácio que vive para a família, a juventude eterna de Daniel, a insegurança de Wilhemina sob a forma de uma profissional linha dura... enfim, enumerar os sucessos da série ficam impossível numa lembrada de última hora.
A verdade é que é impossível cada um de nós não se identificar com Betty. Seja com uma peça do seu vestuário, sua atitude altruísta, com os dramas amorosos ou as inúmeras trapalhadas que a personagem faz, tornando-a tão humana e verossímil. Confesso que não me apaixonava tão perdidamente por um seriado depois de "Friends". E por estar tão perdidamente apaixonado é que já sofro, mesmo de antemão, com o fim prematuro da série. C'est la vie.
Hoje, ao assistir o 16º episódio da 4ª temporada, me vi espelhado ainda mais com Betty. Ao ser questionada por Hilda quanto ao tirar o aparelho e ela diz que aquela é a desculpa dela para ser infeliz. Me fiz a mesma pergunta em minhas limitações de que há um boicote não tão inconsciente assim comigo mesmo.
É isso o que "Ugly Betty" é. Betty Suarez sou eu, é você, somos todos nós pessoas imperfeitas que desejam o melhor para si e de forma consciente querem fazer o bem ao próximo.
Fará falta, tenho certeza.

segunda-feira, março 15, 2010

"I believe in happy endings"
[Walt Disney]