sexta-feira, janeiro 30, 2009

Dino & Eu


Quando pequeno eu sempre sonhei em ter um cachorro, havia tido duas tentativas frustradas com um Dobermann e um Cocker. Minha mãe tinha sido a vilã nas duas para que eles fossem embora (acho que 9 a cada 10 mães são contra os cachorros) de casa. O Duque havia quebrado a pata e minha mãe não quis ficar com um dobermann dentro de casa, a veterinária ficou com ele. O Leão foi pura frescura, ela entrou na cozinha e ele uivou e desde então ela dizia que era sinal de mau agouro.
Eu queria um cachorro mais do que qualquer coisa na vida, mas meu pai, apesar de querer que tivesse um cachorro em casa também, só fazia as coisas com o consentimento de mamãe (talvez por isso eu seja um pouco transgressor).
Quando nos mudamos para Fortaleza ele convenceu mamãe a nos deixar criar um cachorro e chegou, no dia 11 de fevereiro de 1991, com o Dino a tiracolo em casa. Ele tinha quase um mês, era pequenininho e sua lambida cheirava a leite.

Dino era um daschund preto de olhar vivo e bem atento. Gostava de ficar cheirando embaixo dos móveis, cantos de paredes, embaixo das camas e passava o dia andando pela casa fuçando o chão e olhando para o teto, sempre a procura de alguma coisa. Era incansável nessa guarda, se via algum bicho estranho o barulho de suas unhas no piso aceleravam e ele começava a latir. Moscas grandes, víboras, lagartixas, rãs e passarinhos eram alvos constantes de seus sinais de alertas.
Acho que por ter esse espírito guardião o Dino era um pouco arredio. Não gostava de ser posto no braço, odiava tirar foto e que ficasse longos minutos sendo acarinhado. A melhor brincadeira, pra ele, era correr e saltar. Eu costumava ficar chamando seu nome e deitava no meio da casa, ele vinha em uma corrida louca e saltava sobre meu corpo. A medida em que ele ia saltando eu ia dificultando as coisas, obrigando que ele saltasse cada vez mais alto. Então uma hora ele cansava e me esnobava, ia deitar longe, geralmente pegando um sol.
Não quero dizer que por ele não ser daqueles cachorros que ficam atrás de você o tempo todo ele não era um bom cachorro. Dino era maravilhoso! Naquele jeitão dele conseguia demonstrar o quanto me amava. Lembro quando papai morreu e cheguei em casa triste e fui para o meu quarto. Encostei a porta e me deitei na cama olhando fixamente para o teto. Eu era apenas um garoto de 14 anos e não conseguia digerir a história que meu pai, meu pai-herói, não ia estar mais comigo desde então. Ouvi uma batida na porta, mas não me levantei. Depois ouvi duas, três e a porta se abriu. Me virei na cama para olhar quem estava fazendo o barulho e o Dino entrou pela fresta, caminhou até mim, pulou na cama e deitou-se ao meu lado. Passei a mão no seu focinho, acarinhando entre seus olhos e comecei a chorar. Ali estava o único amigo verdadeiro que eu tinha em Fortaleza.
Dino viveu 17 anos. É tempo demais para um cachorro, dizem. Acho que para quem ama não existe essa expressão "tempo demais". Quando o Dino ficou velhinho, seus dentes quase todos amarelados com uma crosta de tártaro estavam infeccionados, fiquei desesperado quando a veterinária disse que ele tinha duas chances de sobreviver da infecção. Uma ele viveria mais uns três, quatro meses com a infecção ou ele poderia operar e morrer por conta da anestesia. "Mas ele tem chance de sobreviver à cirurgia, não é doutora?". Ela afirmou que sim, mas por conta da idade, na época com 14 anos, ela achava difícil. Dino era muito saudável, só ia ao veterinário para tomar suas vacinas anuais, nunca teve problema de nada.
Topei por fazer a cirurgia, deixei o Dino no consultório as 15hs e voltei pra casa. As 23hs a Dra. Márcia me liga dizendo que correu tudo bem, mas que só poderia dar certeza pela manhã. As 09h00 ela me liga novamente mandando buscar o Dino, quando perguntei se ele estava bem, ela me respondeu que ela quase não dormiu de noite com ele tentando pegar a cachorra dela que tava no cio.
Nessa época eu já tinha a Hannah, a cocker dourada que virou fácil o xodó lá de casa, que aparenta ter emoções tão humanas, mas tão humanas que as vezes eu espero que ela fale alguma coisa quando pergunto algo. Quando o Dino chegou em casa, o coloquei no meu quarto na sua caminha e fiquei fazendo carinho na sua testa. Hannah entra no quarto, espia de espreita, e como se dissesse "vim ver como está meu irmão", anda até o Dino e o cheira.Sobe na minha cama e fica comigo, velando por ele.
O último ano de vida do Dino foi bem difícil, ele já não andava como antes e eu já havia notado que ele enxergava mal por conta da catarata e até mesmo seu olfato e audição que eram excelentes já não estavam grande coisa. Ele só me ouvia se eu gritasse, se eu jogasse algum pedaço de carne pra ele as vezes tinha que direcionar para próximo do focinho, pois ele demorava a encontrar. A dificuldade que ele tinha para se levantar e deitar me mostrou o início de uma artrose.
Minha mãe perguntou se não deveríamos sacrificá-lo, pois achava que ele estava sofrendo. "Ele não está sofrendo, mãe" - respondi - "ele está velho". Eu o cerquei de cuidados o quanto podia. Comprei uma ração mais molinha, mas ele não gostava. Mesmo tendo arrancado 80% dos dentes, ele queria a ração durinha. Eu as vezes ficava um longo tempo olhando ele comer pra ter certeza que era ele que limpava sua tigela e não a Hannah, sempre gulosa.
Por conta da idade Dino urinava muito e já não mais levantava a perna. Como eu passava muito tempo fora de casa eu pedia paciência para a empregada. "Ele está velhinho, cuida bem dele", "tenha paciência, por favor", "deixe limpo, sei que é chato, mas faça por ele". Nunca tive problemas com isso, pois a Deuzi está lá em casa há 20 anos e viu o Dino crescer, ele era tão meu quanto dela.
Um dia de noite eu acordo com ele uivando, me levanto rápido e vou até a cozinha. dino estava em pé, com a respiração arfante e sem paciência. O pego com carinho, deito em sua caminha, enrolo com uns panos e faço carinho até ele se acalmar. Naquela hora eu senti que ele iria me deixar. Me perguntei, no trajeto até meu quarto, se deveria levá-lo ao veterinário e achei melhor não. Ele estava velho, debilitado, qualquer coisa que eu fizesse seria somente para estressá-lo e adiar um pouco o que seria inevitável. Deitei em minha cama e rezei, pedi para que meu pai fosse buscar o último presente que havia me dado com carinho.
Acordei de manhã com minha mãe sentando na minha cama e dizendo que achava que o Dino havia morrido. Me levantei e corri até a cozinha, ele estava deitado embaixo da pia, fora de sua caminha. Me agachei e chamei por ele e passei a mão em sua cabeça. Dino deu um pequeno suspiro e eu o coloquei em meus braços. Me sentei no chão e fiquei cantando "Casinha Branca". Dino morreu nos meus braços no dia 03 de fevereiro de 2008.
Corri pro meu quarto e comecei a chorar, Hannah pulou na minha cama e ficou me lambendo. Me levantei, peguei uma camisa do Super-Homem e o enrolei com cuidado. Fiz questão eu mesmo de cavar sua cova e o coloquei cuidadosamente no chão.
Meu amigo se fora, mas de onde eu estiver eu sei que ele cuidará de mim. Desconfie do caráter de quem não gosta de animais, não existe amor mais puro e leal do que um homem e seu cão.

terça-feira, janeiro 20, 2009

Se eu fosse...



Se eu fosse uma hora do dia, seria o entardecer, o inspirador pôr-do-sol em minha amada Brasília, cheia de cores e matizes a dançar no céu de Niemeyer...
Se eu fosse um astro, seria uma estrela cadente, daquelas raras que apontam no céu com a promessa de realizar desejos...
Se eu fosse uma direção, seria um atalho, repleto de possibilidades e destinos e talvez servindo de abrigo para o Lobo Mau...
Se eu fosse um móvel, seria uma cômoda antiga, feita de carvalho e detalhes de bronze, ostentando entalhes rebuscados, perfumes caros, gavetas emperradas e um velho e manchado espelho – com alguns reflexos distorcidos, mas verdadeiros.
Se eu fosse um líquido, seria Coca-Cola, vibrante, unânime, comercial e, claro, metido à besta...
Se eu fosse um pecado, seria a luxúria, dando beijos fugidios imprensados contra paredes e deslizando dedos por baixo das blusas...
Se eu fosse uma pedra, seria um mármore, lustroso, nobre e escorregadio...
Se eu fosse uma árvore, seria um carvalho, imponente, de madeira sisuda e competente, fazendo frondosos descansos e móveis de vida eterna...
Se eu fosse um fruto, seria um sapoti, maduro e adocicado, saboroso, para se comer usando as duas mãos...
Se eu fosse um clima, seria uma névoa, soturna e acolhedora, escondendo os raios de sol que inauguram a manhã...
Se eu fosse uma flor, seria um girassol, incompreendido, muitas vezes solitário, buscando sempre a luz do sol para iluminar suas inspirações...
Se eu fosse um instrumento musical, seria uma gaita de boca, cheia de ginga e malandragem, ares de sacana e arma de conquista...
Se eu fosse um elemento, seria a água, cristalina, pairando entre a dubiedade do doce e salgado, envolvente – berço de sereias e casa dos piratas...
Se eu fosse uma cor, seria o verde – cor viva, transmite paz, representante da natureza, das matas e da esperança...
Se eu fosse um animal, seria uma águia. Vôo majestoso, dançando nas correntes de ar e rasgando os céus como uma navalha na hora da caça....
Se eu fosse um som, seria o de um trovão, alto e reverberante, que assustam a alguns e fascinam outros, trazendo doces lembranças das paisagens vista das janelas, onde correm serelepes gotas ao seu encontro...
Se eu fosse uma música, seria alguma das clássicas do Barry White, voz grave e melancólica, oscilando entre o trovão e o sussurro falando de amor, tipo “You’re my first, my last, my everything”...
Se eu fosse um estilo musical, com certeza seria um jazz, incompreendido, daqueles mais viscerais...
Se eu fosse um sentimento, seria a saudade. Doída para os solitários e alegre para os que reencontram...
Se eu fosse um livro, seria “Mar Morto” do Jorge Amado, recontando histórias praieiras e cantando canções à beira-mar ...
Se eu fosse uma comida, seria um churrasco, picanha sangrenta assada na brasa despertando apetites e saciando vontades...
Se eu fosse um lugar, seria o topo de alguma montanha, isolado, acolhedor e imponente, desafiando ser conquistada...
Se eu fosse um gosto, com certeza seria o gosto das novas descobertas...
Se eu fosse um cheiro, seria o da terra molhada de chuva...
Se eu fosse uma palavra, seria conquista, pois é o desejo da conquista que impulsiona o desbravador...
Se eu fosse um verbo, seria aconchegar, para aninhar a mulher amada em meus braços...
Se eu fosse um objeto, seria uma mochila, daquelas de estimação, na qual se carregam escovas-de-dente, mp4, bloco de notas, canetas, velhos mapas, uma muda de roupas e sonhos para noites de verão...
Se eu fosse uma peça de roupa, seria um terno italiano, de cor sóbria, risca-de-giz impecável e corte perfeito, elegante e intimidador...
Se eu fosse uma parte do corpo, seria um par de mãos, curiosas, inquietas, fazendo cócegas, fazendo carícias, dando beliscões...
Se eu fosse uma expressão facial, seria o sorriso tranquilo, acordando satisfeito após uma noite de prazer...
Se eu fosse um personagem de HQ, seria o Super-Homem, preocupado com o bem estar de todos, capaz de mover o mundo com as mãos...
Se eu fosse um filme, seria “Moulin Rouge”, poder, sofisticação, belas mulheres, cassinos e romance, tudo entre uma taça de champagne e uma canção...
Se eu fosse uma forma, seria um triangulo, arestas, bases e vértices se cruzando no infinito de possibilidades....
Se eu fosse um número, seria o 5, base redonda, quase grávido, à espera de algo que o complemente...
Se eu fosse uma estação, seria o verão, com suas praias, surfistas, natureza e marcas de sungas e biquínis...
Se eu fosse uma frase, seria “... Depois, se acaso a glória entrar pela janela, a César não dever a mínima parcela, guardar para mim a gratidão mais pura. Enfim, sem ser a hera - a parasita obscura - nem a seringueira - gigante no caminho - subir, não muito, sim; porém subir sozinho!" (Edmond Rostand - Cyrano de Bergerac)

Heath Ledger


Eu estava distante do blog quando o Heath Ledger morreu e acabei fazendo nenhum comentário. Senti a necessidade de fazer isso agora, mesmo um ano após sua morte, diante de todo o borburinho se ele vai ou não concorrer ao Oscar.

Se ele vai concorrer ou não vai, não importa. Sério mesmo, não importa. Eu acho que a glória que ele precisava para a carreira dele ele já teve. Digo isso como fã de cinema e alguém que não acreditava no trabalho dele.

Não acreditava e explico: Heath Ledger não era bonito e nem charmoso. Tinha aquela cara de cachorro abandonado que as mulheres gostam, mas não era um cachorro bonito. A falta de charme dele não pode ser comparada com o charme dos atores de antigamente e mesmo que peguemos um ator novo para referência (um Zac Efron de High School Musical ou até mesmo um Ashton Kutcher), ele não tem charme nenhum. Heath Ledger era um cara comum, de beleza comum e até então o achava um ator mediano.

A escolha de filmes adolescentes pipoca como "Coração de Cavaleiro" ou comédias românticas açucaradas como "Dez Coisas que Odeio em Você" mostravam que o ator desejava ser um "galã", mas para mim a cara de nerd que ele tinha renderia sempre papéis como o de "Os Irmãos Grimm".

Então eu fui assistir "Brokeback Mountain". Todo o falatório em torno do filme já ia garantir uma boa visibilidade para qualquer ator que tivesse ficado com um dos papéis principais. Até apostei que Jake Gyllenhaal, que tinha o ótimo "Donnie Darko" no currículo, o apagaria durante o filme. Foi então que eu percebi o quanto estava enganado. O Ennis DelMar de Ledger era profundo, denso e tão charmoso quanto um Paul Newman. Covardia foi a academia não entregar a estatueta dourada para ele. Puritanismo puro da americanada.

Então, me lembro bem, quando eu li a notícia de que ele seria o Coringa em Dark Knight. Fiquei surpreso, era ousado demais para o cara que parecia escolher seus papéis em uma linha de personagem. Como fã de quadrinhos eu me perguntei se Ledger estaria apto a fazer um papel tão denso, visto a direção que Christopher Nolan dava a franquia. Lembrei do Ennis DelMar e ao contrário de muita gente fiquei quieto.

Também não acho que o papel deveria ser reprisado pelo Jack Nicholson. Alguém devia dizer pra ele "Ei Jack, você é um puta ator, mas tem papéis que você já está passado". Achei as primeiras impressões do trailler ruins. Não era o Coringa que eu conhecia e muito menos um Coringa que eu gostaria de ver. Na minha opinião, a loucura do Coringa serve para constratar com o ar soturno do Batman. São os antagonistas supremos tendo a racionalidade e a loucura extremas uma de cada lado.

Fui assistir o filme e amei. Ledger rouba a cena juntamente com Aaron Eckhart e a irmã de seu outrora par romântico, Maggie Gyllenhaal. Christian Bale passa pelo filme como um mero coadjuvante, a escolha de voz metalizada e a armadura de espuma foram over na minha opinião. Aquele foi o grande momento de Ledger e garantiu junto com Brokeback o rosto do ator para a imortalidade.

Escrivinhei esse post relativamente grande só para finalizar com essa frase "a tristeza que sinto pela morte de Heath Ledger e pela dúvida do que ele poderia ainda fazer". É muito ruim a gente não poder imaginar até que patamar alguém poderia ter chegado.

segunda-feira, janeiro 19, 2009

Big Brother Brasil


Eu juro que nunca pensei em falar sobre Big Brother. O único que eu gostei foi o primeiro, em que eu me acabava de rir com a Leka (e a impagável performance do boquete no copo de vidro). Mas confesso que sempre nos finalmentes, lá pelo meio do programa, eu acabava assistindo para poder ter assunto em mesa de bar.

Esse BBB9 eu não esperava nada, a mesma chatice até o pessoal se organizar e ficar maquiavelando uns contra os outros, mas me surpreendi. Mais ainda, me surpreeendi positivamente. Eis a prova que a Globo colocou a galera para pensar e criar uma nova fórmula pro programa. A idéia do muro foi genial. Colocar os dois sessentões seria um fiasco se eles não tivessem o perfil de quem realmente se porta aos sessenta anos. Digo isso porque tenho mãe e tios sessentões que nem em dia de lazer na casa de praia somente com a família e amigos se portam dessa maneira.

Agora o melhor do BBB9 se chama Big Bosta Brasil . Rede Globo, contrate esse pessoal, mesmo quem não acompanha o programa se diverte horrores com os comentários. Por mim já concorre ao emlhor do ano, e olha que 2009 mal começou.

sexta-feira, janeiro 16, 2009

A falta de limite da modernidade.


Inspirado pelo Cardoso resolvi relatar um acontecimento que aconteceu anos atrás.

Não existe nada pior que criança chata. eu mesmo era bem chatinho, mas um chato divertido. Acima de tudo, não era desobediente e isso já é um bom alívio. Eu era o tipo da criança estilo "Joãozinho" das piadas, então eu tinha uma tênue linha entre o chato e o sabido.

Mas eu vim falar de crianças chatas, que Graças a Deus meu afilhado não é, que não tem limites, não respeitam os outros e tem um pequeno reizinho na barriga.

Estava minha mãe e eu na fila do supermercado, ao lado um senhor de aproximadamente cinquenta (sem trema, viu Lula?) e cinco anos com seu carrinho de supermercado semi-cheio. Atrás dele tinha uma mãe de aproximadamente seus 30 e poucos e seu filho de uns 6 anos. A criaturinha irritante ficava tacando o carrinho dele no carrinho do senhor e ria alto. Incomodado com aquilo o senhor olhou pra mãe, que fingia nada ver, e reclamou direto com a criança pedindo para não fazer isso.

O menino, claro, não obedeceu e continuou a bater seu carrinho no do senhor. Eu não lembro quantas vezes o menino fez isso, mas se fazia de inocente quando o homem o fulminava com o olhar e repetia a dose quando ele se virava. Incomodado com isso o senhor gritou com a mãe "A senhora não ta vendo que seu filho está incomodando?". A mulher olhou para ele e respondeu que o menino era uma criança e que as crianças tem que ter liberdade para fazerem o que quiserem.

O supermercado inteiro emudeceu pra ver a discussão. O senhor ficou calado, olhou para a mulher e virou-se. Pegou uma garrafinha de água mineral, abriu, tomou um gole. Quando viu que a mãe não tava prestando atenção derramou a garrafinha d'água na cabeça da criança. A mulher ficou louca, a criança abriu o berreiro e a mãe começou a gritar com o homem perguntando se ele era louco. O senhor olhou pra ela e gritou bem alto "Não sou louco, eu apenas fui uma criança que tive liberdade pra fazer o que queria". Essa hora foi massa, o supermercado começou a aplaudir o homem e a mulher constrangida foi embora sem ter passado suas compras carregando o chatinho chorão nos braços.

É esse tipo de atitude que falta nas pessoas hoje em dia. Possivelmente essa retardada meteria um processo no homem alegando constrangimento, um juiz de bom senso diria FODA-SE.

Onde o mundo vai parar se todo mundo só se preocupar em levar vantagem?

quinta-feira, janeiro 15, 2009

Odeio pessoas invisíveis.


Tem uma coisa mais chata do que aquele chamado de "atenção" no msn e ele se chama "modo invisível". Podem me chamar de chato, intrasigente ou o que for, mas eu odeio pessoas que usam desse modo. Odeio e explico porque.

Porque eu, que fico online, tenho que responder uma pessoa que entra no modo invisível? Eu acho o cúmulo a outra pessoa da conversa, aquele que é necessidade para se estabelecer um diálogo, decidir se ela quer ou não falar comigo. E se eu quiser falar com ela, como eu faço?

Se não pode ou não quer falar a boa educação manda um "não posso falar agora" ou "estou ocupado" e se resolve o assunto. Pessoas sem bom senso ou que precisem tomar um chá de semancol diariamente são facilmente resolvidas com um bloqueio.

Tava conversando com meu amigo Fabão, que bom orador e advogado, fez uma pesquisa na wikipedia acerca do que o último filósofo da era moderna, Kant, corrobora com a minha linha de raciocínio.

As nossas obrigações morais podem ser resultantes do imperativo categórico. O imperativo categórico pode ser formulado em três formas, que ele acreditava serem mais ou menos equivalentes (apesar de opinião contrária de muitos comentadores):

§ A primeira formulação (a fórmula da lei universal) diz: "Age somente em concordância com aquela máxima através da qual tu possas ao mesmo tempo querer que ela venha a se tornar uma lei universal".

§ A segunda fórmula (a fórmula da humanidade) diz: "Age por forma a que uses a humanidade, quer na tua pessoa como de qualquer outra, sempre ao mesmo tempo como fim, nunca meramente como meio".

§ A terceira fórmula (a fórmula da autonomia) é uma síntese das duas prévias. Diz que deveremos agir por forma a que possamos pensar de nós próprios como leis universais legislativas através das nossas máximas. Podemos pensar em nós como tais legisladores autônomos apenas se seguirmos as nossas próprias leis.

De maneira mais simples: Age de tal modo que a máxima da tua ação se possa tornar princípio de uma legislação universal.

Se eu ficar brincando de Deus, decidindo com quem vou falar e na hora que quiser e todo mundo resolver brincar de Deus também, não existirá mais diálogo. O papo morre, as pessoas não mais interagirão, foi-se o elo. FIM.

terça-feira, janeiro 13, 2009

A kind of magic.


Ontem eu tive uma boa notícia. Boa não, ótima.
Sabe aquelas notícias que te deixam todo orgulhoso, como se você estampasse uma medalha no peito? Não tem nada haver com emprego, nem aumento de salário e nem com a realização de um sonho antigo daqueles que a gente enfurna no fundo do cabeça achando impossível de realizar.
Eu vou ser padrinho, de novo. E o mais importante, filho(a) do mesmo casal que ja me apadrinhou uma vez com o mala mais mala e mais amado do mundo: O João André.
Confesso que fico emocionado quando a Comadre rasga uma seda pro meu lado, dizendo que eu sou um padrinho maravilhoso, presente, amoroso e carinhoso. Mas apesar de não gostar de elogios eu sei que esse é devido.
Sou amoroso, carinhoso, preocupado e presente. É como eu disse uma vez, saio de casa todos os dias querendo apenas uma coisa: ser bom.
Bom filho, bom irmão, bom namorado, bom amigo, bom profissional. É como mágica, fazer o bem ao outro sem esperar nada em troca, a gente tem esse tipo de presente da vida. Só tenho a agradecer aos meus compadres a confiança e o carinho cedido.
Obrigado, de coração.

sexta-feira, janeiro 09, 2009

ok, cortei o cabelo.