quinta-feira, agosto 17, 2006



Empregos ponto com
Antes de começar a escrever, eu gostaria de dizer que não estou desiludido, ok?
Desiludido nem seria a palavra certa para empregar (vixi, olha o verbo!) porque a gente fica um pouco receoso mesmo. Também não seria desesperanço ou ou mesmo decepcionado, mas se existisse um amálgama dessas três para exemplificar algo passageiro, eu estaria empregando (olha aí, de novo) esse neo-verbo.
Passei, literalmente, o dia preenchendo vaga de emprego/trainee na Internet. Nossa, que saco. Fora aquele lenga, lenga supremo que os sites de emprego nos fazem preencher, os para trainee são igualmente enfadonhos. Besta é quem paga fora o pacote básico paga para ter "dicas de como fazer um curriculum". Se esses sites querem já tudo esquematizado, sem você ter muita opção pra ser criativo, ou ao menos tentar esboçar alguma criatividade, pra que pagar Reais a mais com essa dica?
A dica é: preencha tudo e todos. Uma hora seu emprego aparece.
O que torna as coisas um pouco limitadas, é que percebi que a sua formação pouco importa perante sua experiência profissional. Que diabos! A gente estuda anos a fio para exercer uma profissão e o diabo do site de empregos quer que você faça a mesma coisa daquele seu primeiro emprego, que você tinha no começo da faculdade pra pagar as farras. Não dá, bêibe.
Teria que se direcionar mais o profissional, sabe? Perguntar "o que você se sente capaz de realizar?", "quais das funções abaixo condiz com o seu perfil?". Não é porque alguém não foi promovido na empresa anterior que não tenha capacidade de exercer um cargo superior em uma nova empresa.
Estão tornando nossos empregos em dados imediatistas, e com isso deixando de fora do mercado pessoas capacitadas com vasto potencial de aprendizado. As empresas não parecem mais interessadas em motivar seus funcionários, e nem o emprego veste a camisa da empresa porque no final das contas chega na negociação de 40% no encerramento do contrato.
A forma como se emprega pessoas tem que mudar, senão empregos serão como imensos guarda-roupas onde trocamos quando nos cansamos. E a comunicação é parte imprescindível disso. Ela vai buscar essas informações, motivar o funcionário, tornar a empresa um ambiente saudável de trabalho, onde as pessoas estão ali para produzirem e serem recompensadas por isso. Só o salário, VR, VA e planos de saúde e dentário não bastam. Se o ser-humano não estiver se sentindo satisfeito, reconhecido, ele vai buscar outro lugar, e assim a empresa perde. Tempo e dinheiro, pois vai necessitar de tempo para teinar alguém até que esse supra a capacidade de quem já produzia.
Empresas, dêem ouvidos ao endomarketing e marketing de relacionamento! Comecem disso na análise dos currículos, transforme o empregado co-responsável pelo seu sucesso. Ao contrário seremos, todos nós, estatísticas.

2 comentários:

Luiza Holanda disse...

daqui a seis meses, além de entender seu texto, vou sentir também.

muito bom!

Bee of Jupiter disse...

Adorei o desabafo! Mas a gente é estatística desde o nascimento. A diferença é ter consciência disso. Mas teu emprego há de chegar, que você merece.
beijo