quarta-feira, dezembro 17, 2008

Somebody Save Me


Quanto tempo nós temos?
Eu, na minha inquietude de saber das coisas, acabei descobrindo (ou acreditando, sabe-se lá) que eu morreria com 79 anos. Claro que foi aquela coisa surreal: o vidente, a cigana, o colega de trabalho sensitivo que disseram isso. Soma-se a lei das coincidências. Todos disseram que o número atrás de mim era 79. Se alguém não acredita nessas premonições deve estar agora dizendo "que coincidência!".
Na real, isso nunca me incomodou. Eu sou daqueles que acredita que o destino não está gravado na pedra, e talvez por isso comecei a me preocupar.
O fato é que eu mudei muito nos últimos cinco anos. Principalmente por conta das decepções e desilusões que sofri, eu me tornei um pouco mais amargo. Sabe quando você acha que não é mais capaz de se apaixonar nunca mais? Mas nunca mais mesmo. O romance perdeu a graça, o sexo fullgás também. Já faz um pouco mais de dois meses que eu não sei o que é um carinho na cama. Não existe nada mais que me encanta. Eu já disse aqui que eu preciso ser salvo? Poisé, é por aí...
Mas eu tô fazendo a minha parte. Não tô de braços cruzados enrolando os cabelos em uma trança para jogar um dia da torre. Nem quero, aliás. Quando eu digo ser salvo é de que alguém diga "ei, vale à pena!", mas infelizmente só o que tenho encontrado são pessoas que estão preocupadas com fama e fortuna.
Embora meu emprego me dê uma posição social de destaque, eu tenho fugido de certas tentações. De certas mulheres, de certos encontros que eu sei que vão me suprir no momento, mas não completamente. Lembro sempre que estou no poder, mas não sou o poder. Porque me criaram pra ser tão passional? (ou será que eu me tornei assim?)
Comecei falando de morte e descambei pra minha veia sentimental tentando consertar esse coração maltratado (sim menina de Maceió, a culpa é sua. Aliás, é minha, por amar alguém que só se preocupa comigo em segredo). Tive um problema sério na segunda-feira, devido a uma torção nas costas eu amanheci sem conseguir andar. Aliás, eu não conseguia nem me sentar por conta da dor. Graças ao Mioflex-A e a santa mão do meu amigo Meudo, acho que eu não me poria em pé tão cedo. É verdade o ditado que mais vale um amigo na praça do que dinheiro no bolso. Então, eu não sei se por conta disso eu pensei na morte. Na minha morte.
Eu tenho um verdadeiro pânico de fazer exames. Sim, é uma fuga de não encarar a verdade. Sabe quando as pessoas dizem que você tá bem, mas quando sabe da doença se estrepa todo? Poisé por aí o meu medo. "Ah fulano tava bonzinho, mas aí sem querer soube do câncer e não durou dois meses". Comigo não, violão. Me leve rápido, por favor.
Mas o fato é que eu pensei muito na morte, o quanto me parece palpável de que ela está vindo logo. Dá uma vontade louca de chorar, de me segurar em algo que está invisível e eu não sei o que é. É pressentimento? Depressão? Premonição? Ou apenas uma vontade de se fazer um re-start na minha vida?
Mas eu vou vivendo. Se amanhã é meu último dia ou não, eu quero tentar fazer o melhor todos os dias, sempre.

2 comentários:

J. disse...

Eu também já pensei que nunca mais ia me apaixonar de novo.
Mas vc vai vivendo e Deus - prefiro dizer que é Ele do que o destino - vai te pregando peças.
E coloca certas pessoas no seu caminho pra jogar sua tese por terra.
Resta vc aceitar ou não. E continuar vivendo.
Eu tô desistindo. Não de viver. Mas de gostar.
Ah...esse é um dos melhores textos, viu?
Beijo!

J. disse...

E tô esperando as 101 coisas.
Mais beijo!