Tem dias que eu queria sentar na ponta. Na beiradinha mesmo. Do precipício, de um prédio, de um abismo, mas eu preciso mesmo era sentar na beirada da minha vida. Sentar na beirada não é necessariamente cair, é se jogar. Abrir os braços e sentir que é livre. Despencar pelo céu como Ícaro. Desejar não voar.
Encarar a realidade de frente, mas com a frieza racional de quem não está vivendo a própria vida. As vezes é tão mais fácil ajudar o outro do que a si mesmo (pelo menos para quem não é egoísta), vendo de fora, com o olhar de um mero observador.
Então uma hora, contra tudo, e todos, você tem que olhar o abismo para ele olhar de volta para você. Existe um momento nessa troca de olhares em que você finalmente compreende o entendimento. É como um estalo. Sabe quando você ouve dizer que no momento da sua morte a sua vida passa diante dos seus olhos? De repente as dúvidas fazem sentido e deixam de ser dúvidas, pois passam a ser compreendidas. Você as observa e as entende.
Infelizmente isso só ocorre no momento do salto. É preciso arriscar demais?
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