segunda-feira, outubro 05, 2009

um lorde



Hoje eu tomei uma decisão que já devia ter tomado há algum tempo. E antes que comecem os achismos eu vou logo explicar que sim, tem haver com a Sardenta. Não, eu não consigo tirá-la da minha vida. Também não vejo o porque disso, já que amor e respeito andam juntos. Ela pode não querer me amar, mas nem por isso eu vou desejar que ela seja infeliz. Muito pelo contrário, desejo que ela seja feliz, e muito.
O fato é que nesses quase dois anos que levei o fora eu tenho andado triste. Sim, triste. Qual é o problema? Mas nem porque estou mais sensível do que o costume isso quer dizer que tenha virado gay ou coisa parecida. Dois anos são muito pouco para esquecer alguém que você amou (e alimentou esse sentimento) durante dez anos. E sim, eu também me sinto um idiota completo quando falo ou escrevo dez anos. Principalmente porque eu quis viver isso. Foi uma decisão consciente amar e esperar por ela, que acabou nunca vindo, na verdade.
Para os desesperançosos que acreditam em final feliz eu alerto: o filme não acabou! Poderá mudar de mocinha, mas ele não acabou! Esse coração pode estar meio desiludido, mas ele ama e, ainda acho, ele é capaz de amar de novo. De forma diferente, claro. Mais madura, mais tranquilo, mais centrado.
Voltemos a minha decisão. Sardenta postou fotos no orkut de suas férias e o orkut me avisou que tinha novidade na página dela (aquela coisa que a gente ama e odeia no orkut ao mesmo tempo). E foram férias que vi que ela curtiu bastante ao lado da mãe, da tia e do noivo. Sim, ela está noiva. E não, não fiquei sabendo por ela, mas já sabia há um tempo o que me trouxe uma série de tristezas mas tb me fez descobrir uma pessoa maravilhosa que se preocupa comigo e me ajudou. E com isso eu enfiei a cara no trabalho e estou colhendo frutos muito legais para minha vida profissional.
Nessa visita à página dela reli o depoimento que havia escrito em julho de 2005. Tenho certeza que foi uma das coisas mais lindas que escrevi. Não porque fosse um apaixonado, mas pela forma que escrevi desarmado, falando do que me fazia feliz com a presença dela, o quanto eu deseja que ela fosse feliz e o quanto eu torcia pela realização dos sonhos dela. E eu brincava com o dia do nosso aniversário (somos geminianos do mesmo dia, Murphy caprichou nessa) e falava da importância da minha vida na dela, embora a maioria das pessoas não pudessem entender, mas tinham que aceitar.
Eu não tenho o direito de constranger ninguém a me engolir nem por uma hora, quiçá uma vida inteira. Escrevi um e-mail simples, de coração aberto mesmo, informando que eu estava apagando o depoimento. No final do e-mail colei o depoimento, assim ela teria a opção de guardá-lo ou não. Conversando com meu Espelho sobre minha decisão, ele disse que fui muito elegante. Por isso o título desse post, pois acho que fui um lorde mesmo. Não fui egoísta, nem mesquinho e muito menos fiquei com picuinha. Mesmo achando que se eu escrevi algo para alguém e dei, o texto não me pertence mais, acho que foi uma boa decisão. Honrada, de homem. Humana.

Um comentário:

J. disse...

Sabe, John, engraçado te ver assim tão desarmado.
Não que esteja rindo agora, muito pelo contrário. Seu honesto texto me emocionou, até porque me identifico com ele.
Só foi estranho te ver assim tão frágil, porque sempre me deparei com a pessoa brincalhona e tiradora de sarro que vc é.
Espero que vc esteja bem, e parabéns pelo gesto. Só um lorde mesmo agiria assim.
Beijo!